Um dos policiais militares presos em uma operação da Polícia Civil, realizada nesta quinta-feira para combater milícias, trabalhava no Palácio Guanabara, sede do Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo a Polícia Militar, a unidade em que Carlos Vinicius Gomes do Nascimento, conhecido como Miojo, era lotado, é responsável pela segurança física dos palácios do Governo do Estado do RJ. Mas, não era responsável pela segurança do governador Wilson Witzel e de sua família. Os policiais fazem parte da guarda palaciana.
De acordo com o promotor Fábio Correia, responsável pela denúncia, Carlos era lotado no 39º Batalhão (Belford Roxo) no começo das investigações. No decorrer da apuração do caso, ele foi transferido para a Primeira Companhia Independente. Segundo o promotor, ele já estava detido por uma transgressão disciplinar quando foi preso.
Operação
A Polícia Civil do Rio e o Ministério Público estadual realizaram, na manhã desta quinta, uma operação para prender milicianos que atuam na região de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Até 12h, 15 pessoas haviam sido presas, três delas policiais militares e um policial civil.
“Identificamos que esses homicídios vinham sendo praticados por uma organização criminosa tipo milícia, que Atua naquela região, realizando extorsões, exploração de serviços como gatonet, mototáxi, atividades que geram lucro para essa organização criminosa e diversos homicídios praticados, tanto contra traficantes, como contra pessoas que não tinham envolvimento com o tráfico ou com crimes”, afirmou o delegado Moisés Santana.
Cerca de 300 policiais civis participam da operação. Foram cumpridos 90 mandados de busca e apreensão.
Na casa do segundo sargento Alex Bonfim Lima, que trabalhava no 39º Batalhão, foram apreendidas várias armas que pertencem à quadrilha. Em toda a operação, foram apreendidas 11 armas, além de munição de calibre restrito.
O grupo foi monitorado com a ajuda de escutas telefônicas. Em uma das conversas, eles combinam a execução de um possível informante.
“Meu amigo, resolve. Bota a touca na cara e resolve”, afirmou Nilton dos Santos José, conhecido como Velhão. Ele e outras 20 pessoas ainda estão foragidas.
Nota da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a Corregedoria Geral da Polícia Militar está atuando em conjunto com a Polícia Civil no cumprimento de mandados de prisão em Belford Roxo. Até o momento, três policiais do serviço ativo foram detidos na operação contra organização criminosa e serão conduzidos para a Unidade Prisional da Polícia Militar. Um deles é do 39ºBPM, um do BPCHQ e o outro está lotado há dois meses na 1ªCIPM, responsável pela guarda dos palácios Guanabara e Laranjeiras. O militar não faz parte e nunca integrou a equipe de segurança do governador.”