Em um domingo de desabafo, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), demonstrou sua insatisfação com o desempenho de seu secretariado. Durante uma troca de mensagens em um grupo de WhatsApp que ele mantinha com os principais auxiliares, Castro criticou a falta de engajamento dos secretários na divulgação das ações positivas do governo e na defesa contra ataques políticos. O episódio culminou na dissolução do grupo após o vazamento das mensagens.
Castro, que enfrenta um momento delicado em sua gestão, não escondeu a frustração com a apatia dos secretários. "Não espero que ajam como 'gado da internet', mas a falta de apoio está prejudicando a administração," lamentou o governador. Ele chegou a sugerir que, se exonerasse todos os comissionados indicados pelos secretários e nomeasse outros que, mesmo com menos capacidade, defendessem o governo com mais vigor, a gestão seria melhor avaliada pelo público.
O desabafo de Castro reflete a tensão que envolve a campanha eleitoral em andamento. Recentes pesquisas do Datafolha, divulgadas em agosto, mostraram que 64% dos eleitores não votariam em um candidato a prefeito do Rio apoiado por Castro, e apenas 20% dos apoiadores do PL aprovam sua administração. Dependendo do instituto de pesquisa, o Rio de Janeiro varia entre as últimas colocações nos rankings de avaliação dos governos estaduais.
A gota d'água para o desabafo do governador foi uma operação bem-sucedida do Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar (BAC), que resultou na apreensão de uma tonelada de drogas na Favela Nova Holanda, no Complexo da Maré. Apesar de Castro ter comemorado a ação nas redes sociais, a falta de interação e apoio dos secretários foi o que desencadeou a crise. Poucos membros do grupo comentaram ou curtiram a publicação, o que levou Castro a expressar sua insatisfação.
Após o vazamento das mensagens na manhã de segunda-feira (26/8), Castro tomou a decisão de dissolver o grupo de WhatsApp, removendo individualmente cerca de 40 membros. A chefia de gabinete considerou o vazamento "lamentável e covarde", enquanto a atitude dos secretários foi classificada como "inominável".
Este episódio evidencia não apenas a fragilidade do apoio interno ao governador, mas também a dificuldade de sua administração em angariar uma imagem positiva perante o público, especialmente em um período eleitoral tão sensível.
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