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Nove partidos denunciam Rodrigo Amorim por agressão a candidato opositor

Partido do candidato agredido abrirá duas ações, uma de natureza criminal e outra eleitoral.

02/09/2024 às 19h23 Atualizada em 02/09/2024 às 19h33
Por: Redação
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O candidato a vereador do PT, Leonel de Esquerda, diz ter sido agredido por Rodrigo Amorim e integrantes da campanha do deputado — Foto: Arquivo pessoal e Beatriz Orle
O candidato a vereador do PT, Leonel de Esquerda, diz ter sido agredido por Rodrigo Amorim e integrantes da campanha do deputado — Foto: Arquivo pessoal e Beatriz Orle

A tensão política no Rio de Janeiro atingiu novos níveis após um episódio de violência envolvendo Rodrigo Amorim, deputado estadual e candidato a prefeito pelo União Brasil. Na manhã de ontem, Amorim foi acusado de agredir fisicamente Leonel Querino, candidato a vereador pelo PT, durante um evento de campanha na Praça Varnhagem, na Tijuca. Leonel, que sofreu fraturas no nariz e na boca, está internado no CTI do Hospital Glória D’Or, sob vigilância neurológica, sem previsão de alta.

Em resposta ao incidente, nove partidos se uniram para lançar uma carta aberta "em defesa da democracia e contra a violência na política", destacando a necessidade de combater a truculência que, segundo eles, tem marcado a trajetória política de Amorim. O documento, capitaneado pelo PT, conta com o apoio do PCdoB, PV, PSB, PSD (do Prefeito Eduardo Paes), MDB, Cidadania, PSOL e PDT.

A carta, além de denunciar a agressão sofrida por Leonel, também cita outros episódios de violência política, incluindo agressões verbais direcionadas às campanhas de Mônica Francisco (PSOL) e Gilberto Palmares (PT). Os partidos afirmam que "não podemos aceitar que um deputado estadual e candidato a prefeito fique impune depois de praticar uma agressão covarde", destacando o histórico de Amorim em atos de violência política, como o episódio de 2018 em que ele quebrou uma placa com o nome de Marielle Franco e as manifestações transfóbicas contra a vereadora trans Benny Briolly, do PSOL, em Niterói.

O PT não pretende se limitar à carta aberta. O partido anunciou que entrará com duas ações judiciais contra Rodrigo Amorim. A primeira, de natureza criminal, será movida no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, visando responsabilizar o deputado pela agressão a Leonel. A segunda, de caráter eleitoral, buscará a cassação do registro de candidatura de Amorim no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ). Tiago Santana, presidente municipal do PT, afirmou que o partido não agirá apenas em defesa de Leonel, mas também para impedir que práticas de violência política continuem impunes: "Sabemos que foi Rodrigo Amorim que praticou a agressão, e ele já tem um histórico de violência política. Vamos tomar uma posição firme e já estamos acionando nosso jurídico."

O episódio gerou forte repercussão no cenário político do Rio de Janeiro. O prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, visitou Leonel no hospital e se manifestou nas redes sociais contra a violência política, pedindo medidas severas para aqueles que cometem tais crimes. Tarcísio Motta (PSOL), também candidato à prefeitura e um dos signatários da carta aberta, acompanhou Paes na visita, ressaltando a importância de um ambiente político seguro e respeitoso.

Rodrigo Amorim, por sua vez, nega as acusações e alega ter sido vítima de calúnia. Ele registrou um boletim de ocorrência afirmando que foi intimidado por Leonel e que, durante a confusão, teria agido em defesa própria. Amorim também solicitou proteção policial, alegando estar recebendo ameaças de morte nas redes sociais. Em ofícios enviados às polícias Civil e Militar, o deputado anexou mensagens que, segundo ele, comprovam a necessidade de medidas protetivas, incluindo o uso de um colete à prova de balas.

Além disso, Amorim não compareceu a um debate sobre Segurança Pública promovido pela Universidade Cândido Mendes, alegando compromissos em São Paulo. Sua ausência, no entanto, foi vista por muitos como uma tentativa de evitar o confronto direto sobre o episódio da Praça Varnhagem. Carol Sponza (Novo) e Tarcísio Motta participaram do evento, onde a ausência de Amorim foi amplamente comentada.

O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil, que realiza diligências para apurar as circunstâncias da agressão. Enquanto isso, o futuro político de Rodrigo Amorim permanece em risco, com as ações judiciais do PT e a crescente pressão pública exigindo respostas firmes contra a violência política.

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