Durante uma sabatina no SBT nesta quinta-feira, o prefeito e candidato à reeleição Eduardo Paes (PSD) criticou o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), aliado de seu principal adversário. Paes defendeu que o município deve desempenhar um papel complementar na segurança pública, principalmente através da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) e da Guarda Municipal. No entanto, ele enfatizou que os principais desafios de segurança na cidade são de responsabilidade do Estado.
— As questões que nos afligem no Rio são responsabilidade do Estado; não há espaço para transferir a culpa. Tenho visto alguns candidatos, inclusive o do governador, dizendo: "Quero ser prefeito e vou recuperar o território". Ora, ele já é responsável pela segurança pública do Estado; o secretário de segurança foi indicado por ele. Queremos colaborar, trabalhar em conjunto; a polícia utiliza todas as câmeras do Centro de Operações (COR). O que não pode acontecer é enganar a população. A pessoa tem a responsabilidade pela segurança pública e se apresenta como candidato a prefeito para resolver a segurança. Pega o padrinho (Cláudio Castro), e resolve agora — criticou Paes.
Paes prosseguiu com as críticas a Castro, apontando para o que considera ser um "caos" na gestão do Estado, referindo-se às prisões de ex-secretários do governador. Em agosto de 2021, Raphael Montenegro, então secretário estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio, e dois subsecretários foram presos por suspeita de acordos de “trégua” com chefes do Comando Vermelho (CV), em troca de influência em comunidades e benefícios ilícitos. Já em setembro de 2022, Allan Turnowski, então secretário de Polícia Civil, foi preso por envolvimento com uma organização criminosa e ligação com o jogo do bicho.
— O que estamos vendo é um cenário de desordem. O secretário de Administração Penitenciária de Cláudio Castro foi preso por negociar com Fernandinho Beira-Mar, e o secretário de Polícia Civil foi preso por corrupção. Isso demonstra uma incapacidade de gestão. Acho até que ele poderia convidar o deputado Ramagem para ser secretário de Segurança, já que há vagas no time. Nós, por outro lado, sempre vamos colaborar. Todos os dias, o secretário de Ordem Pública, Breno Carnevale, está demolindo construções ligadas à milícia e ao tráfico de drogas, mas dentro dos nossos limites — continuou Paes.
O prefeito também lembrou episódios recentes de violência no Rio, como o caso de um turista da República Dominicana baleado durante um assalto na Avenida do Pepê, na Barra da Tijuca, nesta quarta-feira, e o assassinato de três médicos, em outubro do ano passado, no mesmo bairro.
— O que falta é as pessoas respeitarem a autoridade. O criminoso age com a certeza de que não haverá consequências. A autoridade está sem autoridade.
Desde o início da campanha, Paes tem criticado o governador, que tem respondido às declarações com provocações políticas, chamando o prefeito de “traidor” e “nervosinho”, além de associar o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) a Paes, chamando-o de “sócio e pai” do prefeito.
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