Fabiana Herculano é uma estudante de Direito de 22 anos cheia de esperança num mundo melhor. A moça, que se define como “filha da classe trabalhadora”, escreve no nosso portal a coluna “Educação em Foco”, porque sempre acreditou no poder transformador da educação. Filha de um pedreiro e uma diarista, diz que, apesar de parecer intangível, trabalhou para conseguir conquistar a vaga na delegação da Diplomacia Civil que a levará à convenção de mulheres da ONU, a Commission on the Status Of Women, em Nova York. “É a realização de mais um sonho que eu sequer imaginei alcançar, mas pelo qual eu batalhei muito”, diz a estudante.
A esperança de um mundo melhor veio junto com o despertar de sua consciência social, que, segundo ela, nasceu rapidamente. “Desde muito cedo percebi o peso que as diferenças sociais, econômicas, de gênero e de raça tinham sobre a vida das pessoas”, conta, completando que “se eu quisesse diminuir essas diferenças, eu teria que colocar a mão na massa. Mesmo que fizesse só um pouquinho, não poderia ficar parada”.
O caminho até a ONU – Trajetória
Assim, a jovem desenvolveu um projeto de monitoria ainda no ensino médio e, através dessa iniciativa, foi selecionada para participar do English Immersion Program, um programa da Embaixada Americana que proporciona a jovens com destacada atuação de liderança a oportunidade de passar uma semana em imersão na cultura estadunidense.
A trajetória não parou por aí. A jovem também é aluna do RenovaBR, instituição de formação política, e líder da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade. Além disso, ela fundou a primeira Biblioteca Comunitária de Jacarepaguá com ajuda de voluntários da comunidade.
A menina também procurou se envolver em militância partidária e conta que começou se filiando ao PDT, do qual se desvinculou por conta das desavenças do partido com movimentos de renovação. “Eu me filiei ao PDT por conta da trajetória do partido na defesa da educação, que é, para mim, a mais importante das pautas. Mas quando o partido decidiu recusar legenda aos pré-candidatos ligados ao RenovaBR, Acredito e RAPS, eu vi que estavam engessados e não estavam dispostos ao diálogo e às novas ideias e práticas”, conta. “Por essa razão, fui procurar outro partido. Fui muito bem recebida no Democratas, que tem uma militância maravilhosa e quadros que me acolheram com muito carinho”. Questionada se pretende se candidatar, a estudante não descarta a possibilidade: “eu penso nisso, sim. Não há modo mais direto de fazer a diferença na vida das pessoas do que por meio da política”.
Para entrar na delegação da Diplomacia Civil, a estudante passou por análise curricular, de motivações pessoais e profissionais e desenvolvimento de artigo. O tema escolhido por ela foi tributação e desigualdade de gênero.
Agora, a jovem monta vaquinha on-line para conseguir custear a viagem. “Já consegui pagar as despesas de credenciamento, hospedagem e passagem. Só falta o dinheiro para me manter lá durante os dias da convenção”, conta. A vaquinha pode ser encontrada no link https://doacaolegal.com.br/c/fabi-na-onu e o Instagram da jovem é @herculano.fabi.