Após o IBGE divulgar que a inflação acumulada em 12 meses chegou a 10,25% em setembro, o índice deve diminuir nos próximos meses. É a primeira vez desde 2016 que a taxa chega a dois dígitos. A avaliação é da colunista de Economia da BandNews FM Juliana Rosa.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registrou alta de 1,16%, maior variação para o mês desde 1994, quando o índice chegou a 1,53%. Em agosto, a taxa foi de 0,87%. Já em setembro do ano passado, o índice foi de 0,64%.
De acordo com Juliana Rosa, a inflação atingiu o pico e deve diminuir, entre outros fatores, por causa do aumento da oferta de alimentos e das recentes chuvas no país.
O acumulado do IPCA no ano é de 6,9%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (8).
O maior impacto foi causado pelo setor de Habitação (2,56%), que sofreu com o preço da energia elétrica. Com a escassez hídrica no país, maior em 91 anos, o item teve alta de cerca de 6,4%. Em setembro, a bandeira Escassez Hídrica passou a ser cobrada dos brasileiros, aumentando o custo com energia em R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.
A agente de viagens Julia Sbano afirma que a conta de luz na casa dela teve aumento de R$ 100.
A Habitação e os setores de Transportes (1,82%) e de Alimentação e Bebidas (1,02%), contribuíram com cerca de 86% do resultado de setembro.
A alta no setor de transportes foi puxada pelo preço dos combustíveis. O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo Fabio Bentes explica que a causa é a variação internacional do preço do petróleo.
Apesar do resultado, a inflação em setembro foi menor do que a previsão de 1,25%. A previsão do mercado para o ano é que a taxa fique entre 8% e 9%. A previsão para o ano que vem é de 4% a 5%.