Oprefeito Marcelo Crivella admitiu que as mudanças no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) são impopulares, mas que as mudanças são necessárias. Durante evento na manhã desta quarta-feira (6), Crivella advertiu que, caso o projeto não fosse aprovado, quem mais sofreria seriam os hospitais e pacientes.
“Nós políticos precisamos muitas vezes tomar atitudes que são impopulares, mas necessárias. E ontem foi uma delas. Foi difícil, complicado, debatemos por meses a questão do IPTU e verificou-se que era imperativo diante da arrecadação da cidade”, garantiu.
Na noite desta terça (5), após sete horas e meia de sessão, a Câmara dos Vereadores do Rio aprovou o projeto de lei do executivo municipal que permite alterar a cobrança dos valores do IPTU. O placar encerrou com 31 vereadores a favor e 18 contrários.
“Se ontem o IPTU que há 20 anos não é atualizado, quem mais sofreria se nós tivéssemos uma derrota seriam os hospitais do Rio, os médicos, enfermeiros, e, sobretudo, os pacientes”, alegou.
O prefeito ainda fez questão de agradecer aos vereadores que votaram a favor do reajuste. “Tivemos que enfrentar momentos difíceis, greves, funcionários paralisados, tivemos que diminuir os recursos do carnaval. Ontem, o Rio saiu daquela votação mais forte, mais solidário, um Rio mais extraordinário”.
Crivella acrescentou também que não estava comemorando o aumento do IPTU, mas também não escondeu um certo alívio com relação à aprovação. Mesmo assim, ele não deu uma data para sancionar o projeto. O prefeito falou ainda que a maioria das emendas foram acertadas com a prefeitura e que, muitas delas, eram de iniciativa do poder Executivo.
“As emendas precisam ser pesadas dentro da renúncia fiscal que elas representam. Se não for nada expressivo, vamos sanciona-las”, explicou.
Sobre a informação que circulava nos bastidores da Câmara de que o prefeito precisou abrir negociações de cargos para conseguir os 26 votos necessários para aprovar o projeto, Crivella alegou que “não haveria cargo que pudesse convencê-los a tomar uma atitude tão impopular”. Para o prefeito, os votos foram de acordo com as cívicos de cada vereador.
“Os vereadores votaram dentro da sua convicção. Não haveria cargo que pudesse convencê-los a tomar uma atitude tão impopular quanto essa. Em meio à crise, nós temos que atualizar o IPTU. A participação da base do governo no governo sempre existiu. É a democracia que nós temos, ela é participativa. O legislativo e o executivo trabalham juntos. O legislativo pode indicar, mas cabe ao executivo demitir se não houver competência e qualquer deslize com relação à ética”, afirmou Crivella.
O prefeito comentou sobre a questão da Prefeitura de não garantir o transporte de alunos da rede municipal para a Bienal do Livro. Segundo Crivella, o problema se deve à questão do cancelamento do aumento das passagens de ônibus municipais.
“Nesse momento [ao ter que reduzir os R$0,20] eles disseram que aquilo que teria sido combinado conosco, que poderiam ceder os onibus, que não poderiam ceder mais. Nós não tínhamos recurso no orçamento. Estamos fazendo as transferências para poder contemplá-los. Vamos fazer isso hoje”, disse ele.