Existe um ditado popular que diz que “os ratos são os primeiros a abandonar o navio”. Hoje, o governo Bolsonaro se encontra à deriva, dando indícios que irá naufragar em breve; o capitão se mantém à frente no comando, mas os seus aliados, nem tanto.
A direita viu o governo do presidente Jair Bolsonaro como um belo navio atracado no porto, prestes a colocar o Brasil em novas águas, nunca antes vistas na política nacional, mas o que muitos não esperavam era que, na verdade, esse navio seria um grande Titanic.
Com promessas de remover o PT após exaustivos 13 anos no poder, de acabar com a corrupção que foi escancarada com a operação Lava Jato e de, principalmente, fazer o Brasil sair da crise e gerar empregos, o presidente tinha uma missão muito difícil nos seus próximos 4 anos de mandato; porém, já desde o começo ficam à mostra os diversos problemas que contaminam o barco.
Como um ensaio para o desastre, logo após vencer as eleições no segundo turno, o presidente viu seu filho, Flavio Bolsonaro (PSL), eleito para Senador no Rio, começar a ser investigado pelo Ministério Público acerca de um esquema de laranjas, além da compra de imóveis para lavagem de dinheiro e nomeação de familiares de milicianos, alguns deles envolvidos no assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL).
Logo após assumir, a sua popularidade começou a desmanchar como um gelo em dia quente, devido às postagens indevidas nas redes sociais, falta de diálogo com a base do governo, a ausência e criminalização da articulação política na Câmara Federal e, principalmente, a economia estagnada, com crescimento do desemprego. Além disso, após medidas de contingenciamento dos gastos, decretada pelo Ministério da Educação, as ruas de todo país voltaram a ser inflamadas pelos movimentos sociais em oposição ao governo.
Essas situações seriam facilmente resolvíveis se sua base já não estivesse esfarelada pelo desgaste prematuro provocado pelo Presidente. O primeiro a fugir do navio foi o guru intelectual do governo, Olavo de Carvalho; agora, após o próprio governo convocar manifestações de apoio ao presidente, os aliados antigos fogem pela saída de emergência, e muitos nomes decidiram abandonar o posto de defensores: Janaina Paschoal, deputada Federal pelo PSL cotada para ser vice na chapa, toda a turminha do MBL e até a própria articuladora política do governo na câmara Joice Hasselmann.
Hoje o presidente se encontra ilhado no seu poder, sem força para conduzir o país e, ao mesmo tempo, olhando um grande iceberg chamado impeachment se aproximando. Com seus marujos já tendo abandonado o posto, fica difícil tirar esse navio da rota de colisão.