Muitos trabalhos sugerem que o lucro da venda de drogas em países consumidores de narcóticos supera o de países produtores. Os motivos são dedutíveis facilmente: a maior lucratividade dos países consumidores pode ser relacionada ao aumento do preço causado, principalmente, pelo “risco” e o grande custo que se tem para importar as drogas diante da corrupção necessária para que elas cheguem ao seu destino final.
Nesse mercado, que lida com uma grande proporção de dependentes e não tem a característica de reagirem com grande queda no consumo diante de um aumento dos preços, encontra-se, assim, uma facilidade de repasse de grande parte dos custos ao consumidor final. Além disso, há uma redução de oferta causada pela política de apreensão, que não chega a elevar significativamente o custo médio dos grandes empresários das drogas.
Diante da pequena sensibilidade dos consumidores ao preço, a redução da oferta pressiona ainda mais o preço para cima, diante de uma procura pelo produto que não reduz consideravelmente. Sendo assim, economicamente, há um estímulo para o comércio de narcóticos que têm seu lucro maximizado pela combinação: pouca oferta, alta procura e preços elevados.
Resumo da ópera
Consumidores consomem caro, a corrupção é institucionalizada, saúde dos usuários afetadas, não apenas pelo uso, mas também pela péssima qualidade do produto. A guerra não esta na fronteira para impedir a importação, está nas cidades tentando impedir o consumo.
Diante do exposto, mostra-se necessário um amplo debate que fuja do usual, pois, a atual política estimula o comércio dessas substâncias. Claro que, apesar de muito importante, o aspecto econômico não é o único a ser levado em consideração nesse debate.
Outros profissionais como médicos, químicos, farmacêuticos, etc. podem ajudar mostrando os efeitos negativos e o comportamento dos usuários de cada substância para um balanço entre um aumento ou redução do consumo diante alternativas políticas a serem adotadas e as externalidades que possam estar relacionadas a isso.