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Um destino inalcançável chamado perfeição

Por Helloa Regina
20/01/2020 | 12:00
Em Inspira!
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Você já teve a sensação de que não era perfeito(a) o bastante? Deu o máximo de si, se empenhou bastante, mas, apesar disso, não conseguia agradar a quem queria? Essa cobrança pode vir do trabalho, dos amigos, dos relacionamentos amorosos e até mesmo da família, mas independente de onde venha, preciso te trazer à realidade: a você nunca conseguirá agradar a todos, pois perfeição não existe.

Lembro-me de vezes em que me empenhei ao máximo para cumprir um trabalho. Gastava horas no planejamento para que saísse impecável. Pulava refeições, dormia pouco, me isolava para focar no projeto e para que acabasse perfeito. No final, achava que estava lindo e digno do esforço feito, mas na hora de apresentar, não agradava como eu esperava que agradaria.

Era difícil demais lidar com as críticas. “Aposto que eles não têm noção do esforço que fiz para conseguir isso”, era o que eu pensava. Ouvir que não fui boa o suficiente me machucava demais. Até que comecei a entender que eu era perfeccionista e como essa característica me fazia mal. A partir daí, tudo mudou.

 

O buraco negro do perfeccionismo

Eu nunca tinha sequer imaginado que era perfeccionista. Achava que pessoas com esse traço eram “neuróticas” e “obsessivas” e eu não era assim. Só gostava de trabalho bem feito. Na faculdade, meus trabalhos eram sempre bem avaliados. Quando tinha um seminário em grupo para apresentar, fazia questão de estudar não só a minha parte, como também a de todos os integrantes para garantir que, se alguém faltasse, a apresentação não seria prejudicada. O que havia demais nisso? Para mim, era algo normal, natural.

Um dia, assisti a um programa de saúde cujo tema era “sintomas comuns em pessoas perfeccionistas”: tensão muscular, dores nas costas, dores de cabeça, enxaqueca, entre outros. Eu passava por tudo isso e um pouco mais.

Comecei a ler a respeito até que cheguei a um vídeo de uma jovem que mostrava como essa característica atrapalhava a vida dela. Pareceu que estava me descrevendo:

– Recusava trabalhos só por achar que não faria em qualidade excelente;

– Protelava o início da tarefa enquanto não estivesse bem para fazê-lo com maestria;

– Revisava e refazia o trabalho até que ele ficasse perfeito;

– Sentia que era a pior pessoa do mundo quando recebia críticas.

A partir daí, eu acreditei: sim, sou perfeccionista!

 

Comecei a me observar e concluí que isso funciona como um buraco negro na sua mente que suga sempre mais de você. Não importa o quanto se empenhe, sempre pode melhorar e fazer mais. Então eu me via perdendo HORAS refazendo um trabalho que já estava pronto e muito bom.

As críticas

Um perfeccionista tem muita dificuldade em lidar com críticas. Se, no critério dele estava perfeito, como alguém pode achar mais defeitos? Depois de tanto empenho em corrigir tudo, como encontraram falha? Enquanto não entendemos que não existe perfeição absoluta, vamos sofrer com isso. Mas é importante considerar que aquilo que pode ser maravilhoso para você, pode não ser para o outro, e tudo bem assim. Viva a diversidade!

Se a crítica é construtiva e/ou vem de pessoas que querem seu bem, vale considerá-la. Agora, se o objetivo é apenas o julgamento sem propósito de crescimento, não devemos sofrer com ele. Basta-nos a consciência de que fizemos um bom trabalho e que demos o nosso melhor. Como dizem: bola para frente.

O mordomo ideal

Outro aspecto importante do perfeccionismo é a necessidade de agradar. Você se pega servindo aos outros demasiadamente, como um mordomo. O problema é que às vezes acabamos servindo com muito empenho a quem não merece esse serviço.

Eu raramente cozinhava para os outros. Por quê? Porque achava que não conseguiria preparar uma refeição boa o bastante a ponto de ficar apresentável. Mas, quando ousava arriscar nos meus dotes culinários, eu gastava muito tempo planejando o prato e cozinhando com todo o cuidado do mundo para que ninguém tivesse motivo para reclamar. O interessante é que, muitas vezes todo esse esforço para agradar era desnecessário. Além disso, para mim mesma, não fazia questão de que ficasse muito bom. Eu servia muito mais aos outros do que a mim.

A busca pela plena maestria nos rouba tempo, esforço e dinheiro desnecessários, nos causa sofrimento diante de críticas e nos coloca no papel de mordomos mesmo quando não é importante. O lugar da perfeição não existe. Se você se identificou comigo nesse texto, recomendo que pratique a autoanálise: em que momentos você sofre para agradar os outros? O que você sente nessas horas? Esse é um bom começo para a liberdade!

Eu tenho experimentado essa paz dia após dia. Vamos tentar nesse 2020?

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Carol R. Miltersteiner
Carol R. Miltersteiner
3 anos atrás

Uau! Amei esse texto, me identifiquei muito, muito. É sempre muito bom se reconhecer, e procurar uma forma mais tranquila de seguir.

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