A comissão que analisa o processo de impeachment do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), se reuniu durante quase três horas, mas não ouviu nenhuma das 10 testemunhas esperadas nesta segunda-feira (13). Os 10 servidores que seriam ouvidos faltaram e a Comissão de impeachment suspendeu a sessão.
Segundo o relator do processo, vereador Luiz Carlos Ramos Filho (Podemos), a Câmara Municipal foi desrespeitada.
“A impressão é a pior possível. É lamentável que a defesa do prefeito Marcelo Crivella fique se utilizando desses artifícios. Está na cara que foi tudo combinado, não é possível que testemunhas vão viajar e as arroladas pela defesa não compareçam sem ter uma orientação por parte da defesa. Esse é o meu pensamento. É um desrespeito com essa Casa Legislativa, estão brincando com esse processo de impeachment”.
Alberto Sampaio, advogado que defende Crivella no processo, nega e diz que houve uma coincidência. Para ele, o processo pode ser anulado porque duas testemunhas de acusação – que também faltaram – serão intimadas. Segundo ele, a comissão deveria abrir prazo novamente para a defesa.
Alberto Sampaio, advogado que defende Crivella no processo, nega e diz que houve uma coincidência. Para ele, o processo pode ser anulado porque duas testemunhas de acusação – que também faltaram – serão intimadas. Segundo ele, a comissão deveria abrir prazo novamente para a defesa.
O presidente da Comissão, Willian Coelho (MDB), acredita que “pode ter sido uma estratégia da defesa”, pois o porque o prazo regimental para a conclusão do processo é 4 de julho. Depois disso, os vereadores não podem votar o pedido de impeachment, que teria de ser arquivado. O relator, contudo, garante que o processo será concluído.
“É uma oportunidade que a defesa tinha para ofertar à população e esclarecer todos os fatos imputados ao prefeito Marcelo Crivella. Não vão conseguir dessa forma (adiar), vamos dar a devida resposta. Entendemos ser pessoas-chave na elucidação desse processo, que deram pareceres”, diz Ramos.
Discussão e três suspensões
A reunião foi aberta num clima quente. Oposicionistas tentaram anular a sessão da última sexta, quando nove testemunhas de acusação foram chamadas.
Somente os três membros da comissão puderam fazer perguntas e a oposição pediu para também fazer parte do interrogatório.
Os membros da comissão – Willian Coelho (MDB), Luiz Carlos Ramos Filho (Podemos) e Paulo Messina (PROS) – suspenderam a sessão e permitiram que os demais vereadores fizessem pergunta. No entanto, foram surpreendidos com a ausência.
A sessão foi transferida para o plenário, à espera das testemunhas, mas ninguém chegou. Ao todo, foram três suspensões até o encontro ser dado por encerrado.
“Isso está virando uma brincadeira. Pareceu uma luta de boxe, com três rounds”, ironizou Paulo Pinheiro (PSOL).