A chuva que atinge o Rio, desde a noite de sábado, já deixou pelo menos duas pessoas mortas e outras duas feridas. De acordo com o Corpo de Bombeiros, Wania R. Nunes, de 75 anos morreu eletrocutada, neste domingo, quando estava na esquina da Estrada do Tindiba com Rua Apiatás, na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Ainda não se sabe o que teria causado um choque elétrico na vítima. Já no Bairro do Tanque, o copeiro Flávio Gonçalves, de 50 , morreu depois que um barranco deslizou e derrubou a parede do quarto em que ele dormia com a família.
Em Magé, na Baixada Fluminense, um deslizamento de terra atingiu três imóveis, no Bairro da Lagoa. Um homem e uma mulher chegaram a ficar soterrados. Socorridos pelos bombeiros, eles foram levados para um hospital no município. Em Mesquita, também na Baixada, uma tubulação de águas fluvias se rompeu e abriu o asfalto num trecho de 100 metros, na Rua Coronel França Leite, que liga a cidade ao município vizinho de Nilópolis.
Segundo moradores, a força da água chegou a arrastar carros. Não houve feridos.
— Era uma tubulação antiga que, por conta de ligações clandestinas de esgoto, acabou se rompendo.A Prefeitura já havia iniciado um conserto e tapado o buraco com tapume. Só que a gente não esperava esta chuva toda. A força da água acabo arrebentando tudo. Vamos fazer uma ação emergencial ali — disse Rholmer Louza Junior, secretário municipal de infraestrutura, mobilidade e serviços públicos de Mesquita.
Jacarepaguá é uma das áreas mais afetadas pelo temporal
A àgua da chuva invadiu várias casas na Rua Tenente Sidnei Gonçalves, na Taquara, na Zona Oeste. Pelo menos 50 famílias foram atingidas. Elas reclamaram ter perdido todos os pertences. Uma montanha de móveis inutilizados foi formada na Estrada Meringuava, na altura da Praça da Figueira, que está interditada.
Na casa do contador Leonardo Félix, de 42 anos, a água atingiu cerca de meio metro de altura. Ele perdeu móveis e eletrodomésticos. Na residência moram seis pessoas.
— Choveu a madrugada toda, mas entre 2h e 3h a água veio de tal maneira parecendo que uma comporta tinha sido aberta e encheu tudo — relatou.
Próximo da praça, uma árvore caiu em cima de carro que estava estacionado. Situação pior enfrentam as pessoas que vivem nas margem do Rio Grande.
O lixo trazido pela correnteza formou uma barreira embaixo da ponte que passa pela Estrada Meringuava e o rio transbordou. A água também atingiu uma altura de cerca de um metro e meio dentro da casa de Arlindo da Costa Ramalho Neto, de 70 anos, causando rachaduras nas paredes. Um muro também ameaça desabar.
— Perdi televisão, geladeira, DVD. Só salvei o documento de identidade, porque estava no alto.
Cristiane da Silva, de 50, que reside ao lado disse que na hora só pensou em salvar os quatro netos, com idades entre 1 e 5 anos.
— Aqui a gente vive só de promessa – reclamou.
Moradores passaram a manhã retirando lama e lixo de dentro das casas. Uma equipe da Comlurb fazia a limpeza das ruas.