Acrise na saúde está afetando o atendimento em clínicas da família e hospitais municipais. Nas unidades administradas por Organizações Sociais (OSs) faltam médicos e remédios. Algumas, na última semana estavam também sem comida. O Tribunal de Contas do Município fez um relatório dos contratos das OSs com a Prefeitura do Rio.
Segundo o conselheiro José de Moraes Correia Neto, relator do processo que investiga o atraso no repasse de verbas da prefeitura, a situação é preocupante. Ele constatou que até o fim de 2016, a dívida da prefeitura era de R$ 115 milhões. E que até agosto esse montante passou a R$ 267 milhões. E se nada for feito, esse impacto vai ser ainda maior. Agora, o prefeito Marcelo Crivella e o secretário de Saúde têm até o dia 15 de dezembro para se justificar.
“A responsabilidade não podia ser de qualquer outro que não o secretário de saúde e o prefeito Marcelo Crivella. O TCM fez um relatório muito bem elaborado, com várias recomendações. Esses mais de R$ 265 milhões de dívida são só até agosto. De agora até o fim de 2017, a dívida deve chegar a R$ 900 milhões”, disse Correia Neto.
A prefeitura fez recentemente um repasse de R$ 100 milhões para a compra de insumos e medicamentos, mas isso não é suficiente. O prefeito diz que a culpa é das OSs, mas a prefeitura pode substituir essas organizações, se elas não estiverem cumprindo o contrato.
Em reunião realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ficou acertado que a prefeitura tem de pagar os servidores os salários de outubro e novembro. São R$ 123 milhões para pagar esses servidores. Crivella tem até o fim de dezembro para pagar tudo o que deve para as OSs.