A gente tenta se livrar do assunto pandemia/quarenta mas é complicado não abordar algo que está em nosso tecido social, tão bem entremeado quanto as nossas relações sociais.
Aliás, a quarentena horizontal (ou lockdown horizontal – como muitos chamam) é uma nova modalidade de relação social.
Relação, hoje, viabilizada (para muitos) através de uma tela e bytes.
Mas, tal palavra (relação) tem me chamado muito a atenção ultimamente.
Eu namoro há anos e, infelizmente, estou distante de que amo, pois duas pessoas que vivem comigo, hoje, são caracterizadas como “grupo de risco” e a saúde de ambas se sobrepõem aos meus desejos – em várias escalas.
Uma relação precisa ser manutenida de muitas formas.
Relação é refazer o laço que se constituiu e que duas (ou mais) pessoas se propuseram a dar em forma de um pacto (este sempre bilateral).
Percebo que pessoas finalizam relações – e aqui falo da conjugal – uma vez que as expectativas iniciais não se concretizam com o passar do tempo.
Ou seja, “a pessoa que estou me relacionando não é a mesma que conheci”. E, nisso, o relacionamento acaba, (in)felizmente, prematuramente.
O que muitos e muitas não conseguem compreender que “dar o laço” por uma, duas, três vezes é também baseado no observar o/a outro/a em seu novo habitat e na divisão/criação de uma nova rotina.
Dê tempo ao outro. Se dê tempo.
As histórias de contos de fadas sempre acabam no “ (…) e foram felizes para sempre!”, nunca nos contando o que vem depois disso.
Como manter o “felizes para sempre”?
Não há receita pronta.
O pacto, ou contrato, feito entre você e quem você ama é algo particular e será desenvolvido com a composição de duas culturas – díspares ou congruentes.
Dê tempo ao tempo.
Você que está de quarentena com quem você ama, seja quem for, com a nomenclatura que for, procure relacionar-se com ele ou ela.
Dê esse laço de novo.
Sempre é tempo de (re)conquistar quem está ao teu lado, ou longe, como o Renan está de mim.
Ah, e seja grato. Gratidão nunca é demais.