A Prefeitura do Rio apresentou nesta segunda-feira (20) o resultado da licitação para a construção do novo autódromo na cidade. Uma única empresa, a Rio Motorsports, se apresentou e foi a vencedora. O autódromo, de 4,5 quilômetros de extensão, será construído no terreno cedido pelo Exército em Deodoro, na Zona Norte da cidade.
No entanto, o procurador Renato Machado, do Ministério Público Federal, disse ao RJ2 que a ação impetrada pela suspensão da licitação do novo autódromo, deverá continuar. Na ação impetrada na última sexta-feira (17), o MPF sustenta que não existem estudos de impacto ambiental.
“Se o juiz entender que perdeu o objeto porque a gente tinha pedido que suspendesse essa licitação que ocorreu hoje a gente pode aditar os pedidos ou a gente pode propor uma nova ação”, disse
A reportagem do RJ2 esteve nesta segunda-feira (20) na Floresta do Camboatá, área da União que é administrada pelo Exército. A floresta é o único ponto remanescente de grande porte de Mata Atlântica, em área plana, na cidade do Rio de Janeiro.
O local tem área de aproximadamente 200 hectares, o que equivale a 200 campos de futebol. No total, 114 hectares são cobertos por mata nativa e regenerada.
Em alguns pontos da área, havia lixo, restos de madeira e até um sofá.
Segundo um relatório feito pelo Instituto Jardim Botânico, em 2012, as plantas e árvores da floresta, como o jacarandá da Bahia estão ameaçadas de extinção.
O estudo diz ainda que manter a área verde teria impacto positivo na vida de quem mora na região e preservaria as aves, répteis e pequenos mamíferos que vivem nesse tipo de ambiente verde.
Na ação civil pública, o MPF pedia à Justiça a suspensão do processo até que seja apresentado e aprovado o estudo e, com base nele, expedida licença prévia atestando a viabilidade ambiental do empreendimento.
O procurador sustenta que não poderia haver concorrência sem a apresentação do estudo de impacto ambiental.
“A gente acha que essa contratação tem que ser suspensa até que se esclareça o que ela abrange, quer dizer, quem vai fazer o estudo de impacto ambiental porque a Justiça já decidiu numa outra ação que só pode ter intervenção lá se tiver estudo de impacto ambiental”, afirmou.
A prefeitura do Rio informou que não vai se manifestar sobre a falta de estudo de impacto ambiental porque ainda não foi notificada, mas disse que depois da aprovação da empresa responsável pela obra, o município irá pedir autorizações necessárias, inclusive a licença ambiental.
Um grupo de ambientalistas que está à frente da preservação da floresta e é contrário a construção do autódromo propôs que o espaço esportivo seja construído em Gericinó, região vizinha à floresta.
Segundo eles, não faz sentido destruir uma área verde que é única na cidade.