Geralmente, quando escrevo minha coluna, eu coloco minhas baterias em direção aos erros cometidos pelo Executivo, pois Crivella, por si só, cometeu diversas caneladas em sua gestão. Mas o meu questionamento hoje é: onde estavam os vereadores esse tempo todo?
Essa pergunta me fez olhar com mais atenção para a Casa Legislativa do município do Rio, que parece ter ficado adormecida durante todos esses 3 anos. Tirando uma tímida oposição, a maioria dos vereadores seguiram seu jogo político deixando Crivella livre para cometer todos os erros e gafes, desde que não fechasse a torneira; mas o que ninguém pensou foi que a fonte de recursos poderia secar.
Hoje o Rio se encontra com uma economia quebrada e até o mais simples serviço público é colocado em xeque pela falta de capacidade de gestão, a inexperiência do bispo e a falta do controle dos vereadores, que parecem estar mais preocupados em colocar nome em rua e fazer homenagens dentro da casa.
Até abril de 2019, quando o Prefeito passou pelo risco de um impeachment, no lugar da Casa fazer seu trabalho, criou-se uma nova secretaria para abrigar as bases dos parlamentares e tudo voltou ao status quo de sempre.
Esse é o retrato da política do toma lá, dá cá, e em pleno ano eleitoral, o silêncio dos vereadores a Crivella deve se estender até o início da campanha de rua, sugando até o último recurso possível do Executivo, para conseguir uma reeleição tão desejada.
Mas não se espante se, em campanha, os mesmos que bajularam Crivella passarem a alegar completa ojeriza ao bispo, porque para esse tipo de parlamentar, a lealdade não interessa quando o assunto é vencer.
Afinal de contas, se tiveram cara de pau suficiente para defender a irresponsabilidade do Prefeito em troca de poder, também serão capazes de, com a cara mais lavada do mundo, ir fazer coro com a população em gritos de “fora, Crivella”. Que não nos esqueçamos que gritaram contra nós no passado.