O prefeito Marcelo Crivella esteve em Brasília nesta quarta-feira, e gravou um vídeo dizendo que iria depositar o salário dos agentes das clínicas da família. Disse ainda que iria quitar o custeio do Hospital Albert Schweitzer. De onde veio este dinheiro? Da negociação com o Governo federal.
É bom saber que a União se sensibilizou com a situação desesperadora dos terceirizados da Prefeitura. Só que isto garante apenas um respiro neste final de ano. A estrutura da arrecadação e gastos da Prefeitura segue sem eficiência.
Vamos supor que você tenha uma empresa, e ela, por algum momento, esteja funcionando no vermelho. O que qualquer empresário sensato faria? Reduziria seus gastos e buscaria maneiras eficazes de aumentar a arrecadação, faturar mais. Na administração pública não é diferente: um governo que está no vermelho precisa economizar, gastar menos. Mas também precisa ser criativo e aumentar sua receita, atraindo novos negócios, modernizando sua gestão, facilitando a renegociação de dívidas. Precisa resolver entraves e gargalos para viabilizar a criação de novos empregos. Precisa desburocratizar e facilitar a vida do empreendedor.
Só que Crivella não fez nada disso.
Conseguir a liberação de recursos através do Governo federal alivia o lado do trabalhador, gente que chegou a ficar dois meses com salários em atraso. Mas não resolve o problema da Prefeitura. As pessoas precisam de seus salários todos os meses. Cada pessoa que a Prefeitura deixa sem salário é menos uma pessoa a consumir, pagar contas, enfim: a colaborar com a arrecadação da máquina pública.
É preciso fazer mais. Apresentar soluções mais concretas e duradouras, algo mais do que simplesmente desfilar por Brasília com o pires na mão.