O mundo vive hoje uma situação sem precedentes na história. Nenhum governo, em nenhum lugar do planeta, estava preparado para os efeitos desencadeados pelo coronavírus. A maior prova disso é o grande número de vidas perdidas nos mais diversos países, desde aqueles com altos índices de desenvolvimento até aqueles que ainda lidam com problemas estruturais cujas soluções já foram descobertas há muito tempo.
Para a educação, não foi diferente. Acostumados com métodos de ensino tradicionalmente presenciais, governos se veem às voltas em buscas de soluções para mitigar o dano causado pelo vírus à vida letiva dos estudantes. No Brasil, muitos Estados simplesmente suspenderam o calendário escolar e ainda não pensaram em alternativas; por outro lado, diversas medidas estão sendo adotadas com eficácia, e podem ajudar na superação desse desafio.
Na coluna de hoje, trazemos algumas iniciativas que tem tido sucesso no país, e que podem ser aplicadas no Rio de Janeiro.
A Secretaria de Educação do Distrito Federal estabeleceu uma mesa de mediação coletiva online entre pais, alunos e instituições de ensino, com a finalidade de intermediar negociações tanto dos custos das mensalidades do período de quarentena, quanto para esclarecer dúvidas e demandas das partes, a partir de parâmetros previamente estabelecidos. A medida vem em resposta a um anseio de associações de pais, instituições de ensino e órgãos de defesa do consumidor.
Além de contar com a internet, os alunos do Maranhão também têm aulas via rádio e TV aberta. Todos os conteúdos também são disponibilizados no YouTube, nas redes sociais e por streaming nos portais do Governo do Estado, Secretaria de Estado da Educação, Rádio Timbira e Assembleia Legislativa, além de emissoras repetidoras do interior do estado. Essa é uma forma eficaz de aumentar o alcance das aulas, além de incluir aqueles que não tem acesso regular à internet, diminuindo a desigualdade trazida pela COVID-19.
Minas Gerais vai adotar, assim como o Maranhão, a transmissão de aulas pela internet, via aplicativo, e pela TV. Mas a medida que se destaca é que os pacotes de dados consumidos para acesso ao aplicativo serão custeados pelo Governo. Assim, fica garantida a internet para acesso dos alunos aos conteúdos a serem estudados, sem ônus financeiro.
O Estado do Alagoas decidiu que, durante a pandemia, as avaliações dos alunos não serão quantitativas; ou seja, para medir o conhecimento do aluno, não serão mais considerados apenas a nota obtida. O novo método de avaliação será qualitativo; dessa forma, o que será medido é a evolução do aluno quanto à consolidação do conhecimento, partindo do ponto em que o aluno se encontrava anteriormente. Considerando que esse é um momento de experimentação para todos os envolvidos, essa nova forma de avaliação parece muito pertinente, já que não deixa de exigir do aluno a formação de conhecimento, mas também retira o peso de uma nota mínima com uma proposta pedagógica tão diferente e tão repentina.