Agentes do programa Segurança Presente de Nova Iguaçu, resgataram 42 pessoas, neste domingo (21), de um suposto centro de reabilitação clandestino chamado ‘Projeto DECAV’, localizado na Rua Mato Grosso, nº 4930, em Campo Alegre.
Os policiais foram abordados por dois pacientes que disseram ter fugido e denunciaram uma série de maus-tratos e até mesmo trabalho em condições análogas à escravidão.
De acordo com informações do segurança presente, o local era insalubre e o responsável pelo centro, identificado como pastor Omar não apresentou nenhum documento que comprovasse que o lugar poderia funcionar como uma instituição de atendimento clínico.
Os denunciantes informaram que recebiam punições corporais, como tapas na cara em caso de tentativa de fuga ou recusa em trabalhar. Outra punição relatada consistia em “orar 20 minutos a cada 1 hora durante toda a noite”. Além disso, havia homens que agiam como “vigias ou capatazes” encarregados de manter a ordem, evitar fugas e aplicar as penas corporais.
Em entrevista para a Super Rádio Tupi, a defesa do pastor Omar, falou sobre as acusações:
“É um sítio no qual não tem grade, não tem porta, não tem nada. A pessoa pode entrar e sair a hora que quiser, então ele [paciente] não fugiu, ele foi embora porque quis. Ele foi recebido pelo projeto e a família dele dizia que nenhuma outra clínica o aceitava. É importante frisar que qualquer tratamento é feito de forma gratuita, é uma ação social. O pastor Omar vai para a ‘Cracolândia’ buscar pessoas que estão em situação de quase morte e consegue resgatá-las. O projeto ele foi fechado e infelizmente é uma grande perda porque tratava bem muitas pessoas“, declarou Gabriel Barcelos, advogado criminalista.
O advogado também declarou que existem diversos depoimentos de familiares dos pacientes e até mesmo de pacientes antigos sobre o tratamento realizado no ‘Projeto DECAV’. Esses registros estão sendo coletados pela defesa do pastor.
“Não há e nunca houve trabalho escravo, nem tratamento análogo à escravidão. Os depoimentos de mães, de pais, de próprias pessoas que foram tratadas e se recuperaram, estão falando bem do projeto. Nós estamos juntando esse material para poder provar a inocência do pastor. Cometeram uma grande injustiça“, finalizou.
Pastor Omar e outros três pacientes que supostamente trabalhavam no centro de reabilitação foram encaminhados à 52ª DP (Nova Iguaçu) e detidos pelo crime de cárcere privado.
A Delegacia de Assistência Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada e o caso foi encaminhado ao Ministério Público.
Além disso, foram apreendidos três rádios comunicadores e alguns cadernos de anotações.
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