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Ramagem depõe por quase 7 horas sobre ‘Abin paralela’ de Bolsonaro

Reunião que tratou do uso de órgãos oficiais para blindar Flávio Bolsonaro da investigação das rachadinhas foi um dos tópicos do depoimento.

18/07/2024 às 09h24 Atualizada em 18/07/2024 às 09h36
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
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Carolina Antunes/PR
Carolina Antunes/PR

O delegado e deputado federal Alexandre Ramagem (PL), que esteve à frente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento por quase 7 horas, nesta quarta-feira (17), na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

Segundo investigação da PF, a estrutura da agência foi usada, no período em que foi comandada por Ramagem, para espionar autoridades dos três Poderes e jornalistas – caso que ficou conhecido como “Abin paralela”.

Investigação da ‘Abin paralela’

A Polícia Federal investiga o possível uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que Alexandre Ramagem dirigiu entre 2019 e 2022. O caso vem sendo apurado desde o ano passado como desdobramento da Operação Última Milha, deflagrada em 11 de julho de 2023.

A Abin é o serviço de inteligência civil do Brasil e está vinculada diretamente ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Há suspeita de uso ilegal de sistemas para espionar autoridades e desafetos políticos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que também é investigado.

O depoimento de Ramagem acontece dois dias após o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar o sigilo de gravação feita pelo delegado em reunião ocorrida em agosto de 2020. A decisão foi tomada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira (15). O encontro gravado contou com a participação de Bolsonaro e do então ministro GSI, Augusto Heleno.

Também estiveram presentes advogadas do senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL), que vinha sendo investigado por suspeita de "rachadinha" em seu gabinete no período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro. As gravações revelam conversas para que órgãos oficiais fossem usados com o intuito de blindá-lo das investigações.

O áudio foi encontrado pela Polícia Federal em um computador apreendido em endereços ligados a Ramagem. A certa altura, Bolsonaro afirma que "a gente nunca sabe se alguém está gravando alguma coisa". Ainda assim, após a queda do sigilo, o delegado afirmou que o ex-presidente sabia da gravação.

Ramagem é também pré-candidato pelo PL à prefeitura do Rio de Janeiro e conta com o apoio de Bolsonaro. Após a divulgação do áudio, os dois apareceram juntos em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (17) nas redes sociais do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL), no qual convocam apoiadores para agendas públicas nos próximos dias.

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