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Felipe Curi, novo chefe da Polícia Civil nomeado por Castro, é aliado de Allan TurnowksKi
A nomeação de Felipe Curi para chefiar a Polícia Civil do Rio reforça a influência de Allan Turnowski, ex-secretário preso por associação criminosa, nas decisões do governador Cláudio Castro sobre a segurança pública.
03/09/2024 15h16 Atualizada há 2 semanas
Por: Redação
Governador Cláudio Castro com o delegado Felipe Curi, que assume a secretaria de Polícia Civil, e o coronel Tarciso de Salles Junior, agora secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio - Foto: Ernesto Carriço/Divulgação

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou a nomeação do delegado Felipe Curi como novo chefe da Polícia Civil, substituindo Marcus Amim, em uma medida que, segundo o governo, visa fortalecer a segurança pública no estado. Curi, que anteriormente dirigia o Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, é conhecido por sua proximidade com Allan Turnowski, ex-chefe da Polícia Civil e ex-secretário de Segurança, preso em setembro de 2022 por associação criminosa.

A relação entre Curi e Turnowski é antiga e estreita. Os dois foram vistos juntos em campanhas eleitorais, quando Turnowski tentou uma vaga como deputado federal pelo Partido Liberal (PL) antes de ser detido. Além disso, mensagens apreendidas durante a operação que levou à prisão de Turnowski revelaram que Curi foi tema de conversas entre ele e o delegado Maurício Demétrio, preso por uma série de crimes, incluindo corrupção e lavagem de dinheiro. Em um diálogo de 2020, Demétrio sugeriu que Curi seria uma “ótima alternativa” para liderar a Polícia Civil, ao que Turnowski respondeu: “Não sei. Acho muito imaturo. Mas é nosso”.

A exoneração de Marcus Amim e a nomeação de Curi já eram esperadas nos bastidores do governo. Fontes internas indicam que a escolha de Curi foi articulada por Turnowski e Fernando Cezar Hakme, assessor especial de Cláudio Castro, reforçando a influência de Turnowski no governo estadual, mesmo após sua prisão. A versão oficial, contudo, é que a mudança foi motivada por uma insatisfação com os números da segurança pública e a necessidade de alguém “mais operacional” à frente da corporação.

Em sua primeira declaração como novo chefe da Polícia Civil, Curi afirmou que sua gestão será marcada pela atuação integrada com a Polícia Militar e a Secretaria de Segurança Pública, com foco no combate à criminalidade através de inteligência e investigação.

A nomeação de Felipe Curi ocorre em um momento de reestruturação nas forças de segurança do Rio de Janeiro, com o coronel Tarciso Antônio de Salles Junior também sendo nomeado para comandar a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros Militar do Estado. O governador Cláudio Castro enfatizou que as mudanças têm como objetivo aprimorar as políticas de segurança pública e melhorar o atendimento à população fluminense.

A influência de Turnowski e a proximidade de Curi com figuras centrais do governo colocam em evidência as articulações políticas nos bastidores da segurança pública do Rio de Janeiro, sugerindo que as recentes nomeações podem ter implicações profundas na condução das políticas de combate ao crime no estado.