Quase 8 horas de muitos trabalhos, correria e comoção. Assim foi o resgate do maquinista que morreu após ficar preso às ferragens de um acidente envolvendo dois trens da Supervia, na estação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Quando a vítima foi retirada dos escombros, com vida, na tarde desta quarta-feira, pedestres aplaudiram e bombeiros se abraçaram.Em seguida, os agentes tiveram que fazer massagem cardíaca no maquinista durante mais de 20 minutos. Um helicóptero da corporação chegou a pousar próximo ao local para fazer a transferência da vítima, mas Rodrigo da Silva Ribeiro Assunção não resisitiu e morreu no local.
Para o capitão Rodrigo Barbosa, o fato de a vítima ter sobrevivido entre as ferragens foi um milagre. Ele conta que os bombeiros trabalharam com o risco da estrutura do trem cair sobre os agentes e ainda mais sobre a vítima.
Ao todo, 60 bombeiros de 8 quarteis participaram da ação. Um dos braços e parte da cabeça do maquinista estavam sendo pressionados pela ferragem. Os agentes trabalharam simultaneamente a parte operacional, ou seja, cortando os ferros, e a parte médica, com a aplicação de oxigênio e soro à vítima.
O acidente aconteceu no início da manhã desta quarta-feira (27), quando uma composição, que seguiria em direção à Deodoro estava estacionada na estação de São Cristóvão, foi atingida por outra que estava indo no mesmo sentido. Os dois trens estavam com passageiros.
Oito passageiros foram hospitalizados, todos com ferimentos leves. Entre as vítimas estava Fábio Abreu, que fala sobre o momento da colisão.
Uma fonte da BandNews FM aponta para problemas no funcionamento do sistema automático de proteção dos trens (ATP) como a possível causa do acidente ou uma contribuição para a colisão. O sistema regula a velocidade máxima do transporte e também das paradas emergenciais, medidas que não foram acionadas com a falha operacional.
A Supervia afirma que o sistema estava instalado nos dois trens e que um erro só poderá ser comprovado por meio de uma sindicância aberta com prazo para ser concluída em até 30 dias. Rodrigo da Silva Ribeiro Assumpção era funcionário da SuperVia desde 2011. Ele era casado e tinha um filho. A SuperVia está prestando toda assistência à família.
Por meio de nota, a Supervia lamentou a morte do maquinista e disse que abriu uma sindicância interna para apurar o acidente.A Polícia Civil e a Agência Reguladora de Transportes Públicos investigam o caso.