Toda criança já ouviu dos pais que se quisessem ficar ricos, deveriam estudar. Eles estavam certos: diversas pesquisas apontam aumento da qualidade de vida do cidadão com maior escolaridade. E não se tratam somente de ganhos financeiros. Quanto mais estudamos, maior fica nossa expectativa de vida, nosso acesso ao lazer e à cultura. Além disso, o desemprego é consideravelmente menor entre quem tem mais anos de estudo.
Impactos da educação na renda
Comparando os dados da realidade brasileira com os fornecidos pela OCDE, o IBGE concluiu que uma pessoa com um diploma de graduação ganhava 2,5 vezes mais do que alguém com diploma de ensino médio. Ainda assim, as barreiras colocadas para a continuação dos estudos são significativas a ponto de, em 2017, somente 19,7% dos jovens de 25 a 34 anos possuírem ensino superior completo, enquanto 46% pararam pelo ensino médio.


Os estudos da FGV, por sua vez, apontam ainda um outro fator: segundo os dados da Fundação, cada ano de estudo completo representa um incremento na renda de até 15%, o que significa que uma pessoa que conclui o ensino médio pode ter a renda 3 vezes maior do que aquela que não o fez. A crise econômica fez aprofundar o abismo e, em 2018, a diferença de renda entre o trabalhador com ensino superior e o que só possuía até um ano somente de estudo era de 471%.
Além disso, as pessoas com menor escolaridade sofrem mais com o desemprego do que aqueles que estudaram. Uma pessoa com graduação completa tem até 422% mais chances de ocupação do que uma pessoa analfabeta.
Educação, saúde e cultura
A saúde também é afetada pelos estudos: pesquisas do IBGE demonstram que um homem sem instrução ou apenas com o Ensino Fundamental incompleto tem 2.48 vezes mais chances de morrer antes de completar 60 anos do que tem um homem com ensino superior completo.

Por fim, o homem mais educado consome mais cultura do que aquele sem estudo. A educação tem mais impacto do que a renda no consumo de cultura, embora o alto custo dos programas culturais tenha papel relevante no afastamento do povo em relação a esse tipo de programa.

Quando priorizaremos a educação?
Trouxemos, na semana passada, a informação de que a educação desde a mais tenra idade diminui as desigualdades educacionais trazidas pela má distribuição de renda. Hoje, discutimos a enormidade de vantagens que somente a educação pode trazer. Há, porém, perguntas sem resposta depois destas duas semanas de reflexão. Por que razão não nos dedicamos enquanto sociedade a incrementar a educação? Sabemos há tempos quantos benefícios advém dos estudos. Portanto, o que nós estamos esperando para ter como prioridade a educação da nossa população?