Odeputado federal Marcelo Calero (PPS) tem pensado junto ao seu partido sobre a possibilidade de concorrer à Prefeitura do Rio, no próximo ano. Ele foi eleito deputado federal no processo eleitoral de 2018, com pouco mais de 50 mil votos.
Marcelo Calero foi Ministro da Cultura do governo Michel Temer e deixou a pasta após acusar Geddel Vieira Lima de pressioná-lo para dar um parecer favorável a uma obra de interesses pessoais do então ministro-chefe da Secretaria de Governo.
Calero graduou-se em Direito, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em 2013 foi convidado pelo então prefeito do Rio, Eduardo Paes,para assumir a presidência do Comitê Rio450, órgão criado pela gestão municipal para organizar a celebração do aniversário de 450 anos da cidade, com um calendário de mais de 600 eventos comemorativos. Nesse período, lançou o Passaporte dos Museus, que dava descontos ou gratuidades em mais de 40 equipamentos à população.
Na sequência, em 2015, foi convidado a assumir a Secretaria Municipal de Cultura. Em sua atuação à frente da pasta, foi responsável por projetos como: o Ações Culturais, que, com investimento total de R$ 4 milhões, financiou 85 iniciativas de pequeno porte pela cidade; as Areninhas; as Bibliotecas do Amanhã, equipadas com acesso gratuito à internet, programa educativo de excelência e grade de eventos sócio-educativos; a reforma e inauguração dos teatros Serrador e Ziembinski; a recuperação do Museu da Cidade, reaberto poucos meses após a saída de Calero do cargo; e a entrega do Museu do Amanhã, na Zona Portuária do Rio. Projetado pelo espanhol Santiago Calatrava, sendo referência cultural em todo o mundo e tendo se tornado o museu de maior visitação no país.
Deixou a secretaria municipal para assumir a Secretaria de Cultura do Ministério da Educação mas ainda antes de sua posse a pasta recuperou o status ministerial, com a recriação do Ministério da Cultura.
Marcelo Calero assumiu o cargo do ministro de Estado da Cultura em maio de 2016, nele permanecendo por cinco meses e 28 dias. Em 18 de novembro do mesmo ano, pediu demissão do cargo, após denunciar tentativas de interferência em assuntos da alçada de sua pasta.
Na ocasião, afirmou à Polícia Federal ter sido fortemente pressionado por Geddel Vieira Lima, Temer e outros membros do governo a rever decisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), negando licença para um empreendimento imobiliário na Bahia, no qual Geddel possuía um apartamento.
Geddel negou a acusação e o porta-voz do Governo Michel Temer negou que o presidente houvesse pressionado o ex-ministro a tomar decisão que “ferisse normas internas ou suas convicções”, apesar de confirmar reuniões de Michel Temer e Calero para “solucionar impasse” com Geddel.
O episódio, no entanto, resultou no pedido de demissão de Geddel, abrindo espaço para sua posterior prisão, em decorrência da perda de seu foro privilegiado. O caso teve repercussão internacional, abrindo a maior crise do Governo Michel Temer até então.
Polícia Federal encontra R$ 51 milhões em bunker atribuído a Geddel
Engatilhado por Marcelo Calero, posteriormente a Polícia Federal veio a encontrar em setembro de 2017, uma grande quantidade de dinheiro em um apartamento que seria utilizado por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), em Salvador.
As caixas e malas de dinheiro encontradas pela PF na ocasião, estavam em um imóvel que fica na Rua Barão de Loreto, no bairro da Graça, área nobre da capital baiana. O apartamento teria sido emprestado ao ex-ministro para que guardasse os pertences do seu pai, já falecido. Durante as investigações sobre Geddel, surgiu a suspeita de que ele estava usando o local para esconder provas de atos ilícitos e dinheiro em espécie.
De acordo com a polícia, à época, os valores apreendidos foram transportados a um banco, onde o dinheiro foi contabilizado por sete máquinas, e depositado em conta judicial.
Segundo a PF, o apartamento foi emprestado a Lúcio Vieira Lima e era usado por Geddel. Agentes encontraram impressões digitais do ex-ministro nas malas de dinheiro. A PF disse que os R$ 51 milhões foram a maior apreensão de dinheiro vivo da história da Polícia Federal.