O mecânico Paulo César dos Santos conta que ele e sua mulher foram abordados por um homem que estava acompanhado por duas crianças e procurava uma carteira perdida.
O fato ocorreu na fila do cinema do Shopping Rio Sul em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro.
Paulo César relata o caso:
“Ele virou para a gente e perguntou se tinha achado alguma carteira ali. A gente falou que não. Nos afastamos, começamos a procurar. Aí, fomos dar uma volta no shopping e ele perguntou: ‘Vocês não vão pegar um cineminha, não?’ A minha esposa, ingênua, falou para ele que íamos sim, mas vamos esperar outro horário, com lugar para nós dois”
O homem, então, teria insistido em perguntar pela carteira e pedido para ver a bolsa da esposa de Paulo César. Na sequência, uma funcionária do shopping disse que a carteira tinha sido encontrada, caída perto de uma escada rolante do shopping.
Uma testemunha que não quis se identificar também relata:
“É importante dizer que a maioria das pessoas lá eram brancas. Era um ambiente de predominância branca e ele foi direto nesse casal.”
Em seguida a mesma testemunha chamou a polícia e diz: “O combinado com o PM que chegou era que viriam duas viaturas – uma viria com a gente e outra com eles. E, chegamos aqui na 10 DP (Botafogo), com sirene ligada, e cadê o acusado de racismo? Cadê a pessoa que cometeu o racismo ? Ela foi liberada!”, questiona a testemunha, que acompanhou o casal na delegacia.
“Perdi meu dia, perdi meu passeio, até porque eu e minha esposa estamos em lua de mel, acabamos de casar há pouco tempo e acabou acontecendo isso tudo.” Diz Paulo César indignado
Apesar da denúncia, o caso foi registrado como calúnia, pela falsa acusação de furto. Sobre as acusações de que os PMs tentaram desestimular o registro, a corporação diz que os agentes conduziram o casal à delegacia e que não houve acusações contra eles.
O Shopping Rio Sul afirmou que prestou o auxílio necessário e que está a disposição para cooperar com futuras investigações.