O interventor no BRT, Luiz Alfredo Salomão, confirmou nesta sexta-feira (15) a suspensão de todos os pagamentos ao consórcio que opera os corredores exclusivos de ônibus. A Prefeitura do Rio, que assumiu a gestão do sistema há quase dois meses, alerta que o sistema pode parar.
Salomão alega que o BRT não indicou um representante legal depois do afastamento de Jorge Dias, em 29 de janeiro, o que impediria o município de repassar às viações o valor das passagens pagas. O interventor afirma que só vai liberar os pagamentos quando o BRT resolver a questão.
Nomeações políticas
Nesta quinta-feira (14), o consórcio divulgou nota em que acusava a prefeitura de usar a intervenção para fazer nomeações políticas: “O consórcio externa sua preocupação com as informações recebidas da equipe da intervenção de que haverá indicação de políticos para cargos técnicos no BRT, atribuindo os custos de remuneração desses cargos ao Consórcio operacional.”
O município respondeu que as viações temem “a abertura da ‘caixa preta’ do sistema. “Por isso, tentam manter na direção seus representantes anteriores, que foram destituídos, com reconhecimento judicial. E ameaçam a população com a retirada de ônibus de circulação. Se fizerem isto, serão responsabilizados pela prefeitura na Justiça”, ameaça.
Problemas
Segundo Crivella, a decisão de intervir no sistema foi tomada com base nos recorrentes problemas e frequentes reclamações de passageiros. Superlotação, trechos sem operar, redução de frota e demora nos horários foram algumas das questões citadas.
O prefeito garantiu que a mudança no BRT tem como principais focos: segurança, redução do número de calotes e melhorias na estrutura. O município também analisa a possibilidade de implementar setor rosa nos ônibus articulados para coibir assédio a mulheres.
No dia 18 de fevereiro, passageiros fecharam as pistas do BRT Transoeste em diferentes estações em protesto contra o aumento das passagens e das condições dos ônibus.