Jair Bolsonaro, hoje, se encontra perdido na cortina de fumaça que ele mesmo criou. Durante muito tempo na pré-campanha, o Presidente – que ficou famoso por ser satirizado em programas humorísticos em rede nacional -, ficou famoso por suas falas caricatas e sua forma rasa de lidar com temas em voga da sociedade. Mas muita coisa mudou do início de 2018 para hoje.
Agora ocupando o maior cargo elegível dentro da nossa república, o presidente, com ajuda de outros setores da sociedade, vê um único modo de continuar governando, não saindo do espírito de combate: como capitão em guerra, usa a ferramenta “nós contra eles” a todo instante.
Encontrou seus inimigos imaginários: a instalação do comunismo no Brasil, o PT, nota de R$ 50 com a cara do Pablo Vittar e a mamadeira de piroca. E funcionou, no restrito campo estratégico de uma campanha eleitoral; mas essa estratégia frágil não vai conseguir sustentar os 4 anos de mandato que planeja, muito menos uma reeleição como programa.
No caminho da discórdia que trilha, vomitando ofensas pelo caminho, Bolsonaro aglomera inimigos, tirando os já declarados antes mesmo de assumir o cargo. Setores da sociedade esperavam de um Presidente uma postura de gestor, mais voltado para resolver os problemas do Brasil; mas hoje, Bolsonaro se debruça em temas rasos, que no final não mudarão o vida do cidadão, que está muito mais preocupado em como conseguir emprego, pagar as contas e dar o melhor para sua família.
Afastando até correligionários, sua radicalização e sua cortina de fumaça para tentar “governar sem ser incomodado” cegou a todos em seu redor, que hoje não veem mais sentido em defender com unhas e dentes o Presidente que ajudaram a eleger. A lista dos que debandaram já se acumula: Parlamentares se afastaram da base no Congresso, aliados próximos como militares e o Olavo de Carvalho já saíram do Governo, o governador do Estado onde sempre se elegeu – que por sinal surfou na tsunami bolsonarista de 2018 -, já rompe laços e aposta em seguir sozinho, e até o próprio MBL já se afastou e pediu desculpas pelos seus atos.
A vitória nas eleições que o Bolsonaro conquistou não bastou, e hoje o Presidente se vê ficando sozinho para se defender, na verdade, de si mesmo. No final dessa guerra imaginária, somente restarão os robôs das redes sociais para perpetuar o legado de um
Presidente que se perdeu nos seus próprios ataques. O último que sair apague a luz.