Baixada Verde. Sim, será a futura denominação da Baixada Fluminense. O novo nome é fruto de uma iniciativa da Secretaria de Turismo do Estado do Rio de Janeiro e que passará a constar dos guias turísticos oficiais — impressos e digitais. O objetivo é destacar recente estudo realizado pelo governo estadual, que constatou que a região metropolitana mantém 36,27% de seu território verde conservado. Do total, 10,96% — cerca de um terço — estão localizados nos 13 municípios que integram a Baixada Fluminense.
De acordo com o estudo — batizado de Mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro —, as cidades da Baixada Fluminense possuem extensas áreas naturais preservadas. Nelas podem ser encontrados parques, reservas ambientais ou estações ecológicas que apresentam forte potencial turístico.
Segundo o secretário de Turismo do Estado do Rio, Nilo Sergio Felix, a denominação Baixada Verde vai contribuir para impulsionar o turismo na região, uma vez que entregará nova conotação à região. Não por acaso, conta ele, todos os prefeitos aprovaram a ideia. “Quando se fala de Baixada Fluminense, a expressão traz logo todo um estigma, um ranço muito forte. Baixada Verde nos remete à natureza, ao ecoturismo, cria uma visão positiva”, opina Felix.
Ainda conforme o secretário, um dos atrativos da Baixada Fluminense é que a região fica a poucos quilômetros da cidade do Rio, porta de entrada dos turistas brasileiros e estrangeiros, facilitando o acesso dos visitantes. Outra característica é a rede hoteleira.
“Duque de Caxias, Nova Iguaçu e Queimados, por exemplo, têm nove hotéis, com 843 quartos, o que faz com que possa atender à demanda de visitantes”, avalia Felix.

(Divulgação)
A mudança de nome é bem recebida pelo presidente da Associação de Moradores de Jardim Panorama, em Nova Iguaçu, Genilson Vieira. Para ele, a região tem atrativos que podem ser explorados através do ecoturismo. É o caso da Reserva Biológica de Tinguá e do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu, com fauna e flora variada, além de trilhas, cachoeiras. “São pontos turísticos que precisamos aprender a aproveitar. Acho interessante podermos explorar tudo isso adequadamente”, acredita Vieira.
Morador de Nova Iguaçu há 59 anos, o presidente da associação acredita que a nova denominação vai trazer visibilidade à região. Vieira também destaca que irá aumentar a autoestima dos moradores. “Só que precisamos ter consciência de que a Baixada ainda precisa de um choque de investimentos em Saúde, Educação e Segurança, além de saneamento”, pondera Vieira.
Opinião semelhante tem o ambientalista Hélio Vanderlei, atual subsecretário de Meio Ambiente de Nova Iguaçu. Para ele, Baixada Verde não pode ser só uma marca para atrair turistas. É preciso também um plano estratégico de desenvolvimento para todas as cidades da região, trazendo melhorias na qualidade de vida. “É, claro, que vai ajudar a diminuir o estigma, mas é preciso também pensar na construção da uma nova Baixada”, destaca Vanderlei.
Para o subsecretário, outras medidas também devem ser adotadas. Entre elas, a transformação do Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu em uma unidade nacional, o que atrairia mais investimentos. “A Serra do Vulcão deveria ganhar uma estrada decente de acesso ao pico, além de um restaurante panorâmico”, vislumbra Vanderlei.
Nova Iguaçu tem 66% de área verde e Caxias, cerca de 44%
O Mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, estudo realizado pelo governo do Estado do Rio, mostra que Nova Iguaçu e Duque de Caxias são as cidades com maior percentual de área preservada na Baixada Fluminense. De acordo com o levantamento, 66% da área total de Nova Iguaçu é verde e composta de unidades de conservação, com reservas e parques ambientais.
Entre as unidades verdes está o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu. Criado em 1998, tem cerca de 1,1 mil hectares, onde é possível encontrar várias espécies da fauna e da flora da Baixada Fluminense. Aberto ao público de terça a domingo, das 8 às 17h, o local é muito procurado por visitantes para caminhadas, trilhas e a prática de rapel.
O parque ainda abriga diversas cachoeiras e piscinas naturais. Outro destaque é a rampa de voo livre, localizada a mais de 800 metros de altitude e que permite uma vista panorâmica da cidade de Nova Iguaçu, da Baixada Fluminsense e até da Baía de Guanabara e o Cristo Redentor.
Duque de Caxias também tem números que impressionam. A cidade, que tem um total de 464,6 quilômetros quadrados, tem 44% de área verde. Entre as unidades de conservação, o Parque Natural Municipal da Caixa D’Água e o Parque Natural Municipal da Taquara. Outra atração com forte potencial turístico é a Área de Proteção Ambiental do São Bento e a Reserva Biológica do Equitativa — estas têm visitações restritas e apenas para ações de educação ambiental e pesquisas devidamente autorizadas pela Secretaria de Meio Ambiente.