Cumprindo decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal (GM) atuam nesta terça-feira (1º) para liberar as rodovias do Rio de Janeiro.
Segundo balanço da PRF, divulgado às 18h45, havia apenas um bloqueio total em estradas do Rio: na BR-116 (Via Dutra), km 309, altura de Resende, na pista sentido SP.
O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), e o prefeito Eduardo Paes (PSD) deram ordem para liberar bloqueios ilegais em avenidas e estradas do estado.
Grupos pequenos protestam contra o resultado das urnas e muitas pessoas que precisam viajar enfrentam os transtornos dos bloqueios.
Apesar das interdições, a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ) afirmou que “no momento é regular a situação dos estoques nos supermercados associados, com exceção dos produtos de hortifruti, em episódios pontuais” (veja a nota completa ao fim desta reportagem).
A maioria dos ministros do STF confirmou, no início da madrugada, a decisão do ministro Alexandre de Moraes determinando que a PRF e as Polícias Militares façam a imediata liberação das rodovias do país.
O texto diz que diante da omissão e inércia da PRF, o diretor-geral da corporação deve adotar imediatamente todas as medidas necessárias pra desobstrução de vias, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora, já contando desde a meia-noite desta terça.
Em caso de descumprimento, a decisão prevê o afastamento do diretor-geral das funções e prisão em flagrante dele por crime de desobediência.
A decisão determina também que a polícia identifique os donos dos caminhões para que sejam multados em R$ 100 mil a cada hora de bloqueio.
O ministro Alexandre de Moraes ressaltou ainda que, além da PRF, a PM também deve agir.
Batalhão de Choque e GM entram em ação
O governador Cláudio Castro disse que deu ordens para que o Batalhão de Choque entre em ação imediatamente.
Imagens divulgadas pelo prefeito Eduardo Paes mostram a Guarda Municipal e a Polícia Militar liberando as pistas na Avenida Dom João VI, em Guaratiba, na Zona Oeste da capital.
Um grupo de pessoas tentava fechar com pneus a via, mas foi retirado pelos agentes. Guardas usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.
O prefeito publicou que um dos participantes do protesto foi identificado como Michel Teixeira de Menezes Batista.
Segundo o prefeito, ele foi preso em flagrante por roubo em 2020 e foi colocado em liberdade no último mês de julho.
“Aqui na cidade do Rio de Janeiro nós vamos garantir a livre circulação, o direito de ir e vir, e pra isso a Guarda Municipal vai agir dentro das suas limitações, obviamente, espero apoiada pela Polícia Militar nos ajudando nisso. Não dá para o país, para as cidades pararem por um motivo como esse”, disse Paes.
“A gente aceita protesto, isso é normal. Inúmeras oportunidades, eu tô no meu 10º ano como prefeito, fazem protesto contra mim permanentemente, agora a gente ter o direito de ir e vir cerceado em nome de liberdade, em nome de defesa de liberdade, isso é de um autoritarismo assustador e aqui no Rio de Janeiro isso não vai acontecer”, completou o prefeito.
Na Niterói-Manilha, um grupo colocou fogo em objetos, bloqueando parcialmente a pista na altura de manilha. Só carros e ônibus conseguiam passar pelo trevo. Agentes da PRF e da PM estavam no local.
Na Rodovia Washington Luís, na altura da Reduc, em Caxias, mais cedo, 15 pessoas bloqueavam o sentido Petrópolis. Por volta das 8h, liberavam e paravam o trânsito. Cerca de 20 minutos depois, agentes da PRF chegaram ao local e o trânsito passou a fluir normalmente.