Guilherme Gomes dos Santos, de 16 anos, morreu após ser diagnosticado com tuberculose no Hospital Pedro II e liberado para se tratar em casa. A mãe do menino, Maria Cristina Santos, afirmou que implorou por atendimento na unidade quarta-feira (5), mas o hospital liberou o jovem.
“Entrei lá na sala, pelos corredores, saí batendo nas portas pedindo médico. Disse ‘meu filho está com dor, não está aguentando andar, dor na cabeça’. A enfermeira tinha acabado de entrar no consultório como se nada tivesse acontecendo”, disse Maria Cristina.
“O médico falou para gente: ‘olha, você levou ele aonde? Parece que ele vinha sofrendo há muitos dias’. Falei ‘doutor, ele piorou de quinta para cá, nós fomos para o hospital Pedro II’. Ele falou: ‘era para ter internado esse menino lá, esse menino não tinha que ter vindo para cá. Esse menino era pra estar vivo porque aqui não deu tempo de fazer o que era pra ser feito, como uma UPA pode fazer um procedimento que um hospital grande não faz?’, lamentou o pai.
A direção do Hospital Pedro II disse que os exames feitos no Guilherme não indicaram a necessidade de internação.
Crise na administração
O Hospital Pedro II por uma crise na administração. A Prefeitura do Rio anunciou que a Rio Saúde iria assumir a unidade. No entanto, a Secretaria de Saúde informou que faltou dinheiro para mudar a gestão.
A Organização Social (OS) responsável pelo hospital vai continuar cuidando da unidade. O contrato será reajustado de R$ 11 milhões para R$ 14 milhões. O aumento, segundo o governo municipal, é referente à inflação e não significará novos investimentos no hospital. Mas terá a obrigação de reabrir 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Um vídeo gravado no interior do hospital mostra uma sala cheia de camas vazias. Vinte e oito leitos de UTI do Pedro II estão fechados por falta de profissionais. Por causa disso, muitos doentes são liberados.